quinta-feira, 21 de julho de 2022

Coisas contentes..

 

Gosto de coisas tristes mas contentes. Não disse isto, desculpa, o que quero dizer é que gosto de coisas felizes mas tristes. Ora, "a mesma coisa", dirás! Talvez, mas o que te quero revelar é que sinto que sempre gostei de chorar quando estou alegre. A tristeza mais bela de todas é a felicidade com lágrimas nos olhos. Agora sim, exatamente isto. O contrário aqui não é verdade. As coisas tristes são realmente tristes, não havendo para mim qualquer beleza nelas. Ontem chorei no concerto do U2 e pensei em ti. Não me perguntes porquê, porque não sei. Nem tudo tem que ter uma resposta. Chorei, admito, como um rapazinho que não aguenta a emoção de ver a mãe chegar de uma viagem muito longa. 


Há muito tempo, durante a minha infância, o meu pai, fazia-me algo de muito parecido quando, religiosamente, chegava a casa por volta das seis e meia da tarde. Lembro-me bem, como se fosse hoje, que a minha mãe, conhecedora como ninguém da silhueta dele me dizia "vem ali em cima o teu pai" e eu, não duvidando nunca desta sensibilidade, corria de braços abertos a rua inteira para encontrar o regaço do meu pai, que me dava dois beijinhos e me trazia de volta, como recompensa, às Broas doces. Tinha seis anos, talvez menos, talvez mais, não sei, mas o que guardo daí era o meu pai parado no meio da rua, a rir-se, de braços abertos com se fosse um deus, orgulhoso e atento aos carros que passavam, à minha espera, para me atirar ao ar como só um pai sabe fazer. 

E depois daí, do alto dos seus ombros, sentia-me maior do que tudo à minha volta, e acenava à minha mãe que, com um lenço branco e humor refinado, gritava “ai, que rico filhinho, ai que bela prendinha!”

Se um dia for pai (Já sou
J ) , gostaria de ter um filho que fizesse o mesmo por mim, que corresse para mim como eu corria para o meu, que me amasse tanto como ele amava  (e ama, presumo) e me esperasse religiosamente como eu o fazia, todos os dias, esperando o sábio sinal da minha mãe que me dizia sempre, todos os dias antes de partir, "vai pelo passeio, pelo carreirinho (assim é que era), tem cuidado com os carros". 

Ainda hoje, com 30 anos, perdi a esperança de fazer com que a minha mãe e o meu pai deixassem de fazer os mesmos pedidos, as mesmas recomendações, os mesmos avisos. Invariavelmente, “não chegues tarde a casa”, “fecha as portas do carro”, “telefona quando chegares”. Não há maneira de os fazer desistir, da mesma forma, que se torna complicado desistir de alguém, de fazer as mesmas perguntas, de clamar idênticos pedidos. Não há outra forma, a não ser habituarmo-nos a isto, mesmo que nos pareça igual a sempre, mas desde que nos saiba tão bem como das primeiras vezes. 

E sendo assim, não resisto a uma estranha analogia entre tudo isto de que te falo e a paixão que sinto por ti. 



A minha paixão por ti é eu ser órfão, viver num reformatório e esperar pela visita de alguém que me tire dali. Calma, ainda não é isto. A minha paixão por ti é estar numa fila imensa com meninos mais bonitos que eu, bem melhor tratados, mas mesmo assim, fazendo tudo para que me escolhas a mim e me leves para fora. Porque é a ti que eu quero e a mais ninguém. E mesmo quieto, estou aos saltos cá dentro quando te vejo, mesmo mudo, estou a gritar para que me leves daqui, mesmo aqui, entre todos, faço força com os olhos para que fiquem maiores à tua passagem. E mesmo que não me leves desta vez, fico à espera de outra, e mais outra, até ao dia, em que não sobra mais ninguém, em que só estou eu ali, sozinho, sem mais meninos bonitos, sem mais nada, quase nu, com uma roupa velha e suja, à espera que me agarres. E se, mesmo assim, não o fizeres, quero que saibas que dali não saio sem ti, mesmo que ali fique, para sempre, toda a vida, na certeza de que não me vendi a outra pessoa, na esperança de que tu voltes. Porque é o teu regresso que me importa, porque é esse bocadinho em que te vejo que me faz ficar de lágrimas nos olhos mas contente cá por dentro. Porque é mesmo isto, é mesmo isto que eu penso, a mais bela das tristezas é a felicidade com lágrimas nos olhos.
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sexta-feira, 23 de julho de 2021

Da Vida no Campo..

 


Morar no campo. Ah, que maravilha!

acordar ao som do canto do galo com o  revoar dos passarinhos, com o frio da mata, com o cheirinho do café e com o vizinho oferendo tapioca ou bolo de macaxeira para deixar farta a mesa... não tem preço

É bonito o anoitecer no campo. Às vezes romântico e nostálgico, porém, agradável e tranquilo.

Sentado na varanda da casa ou na praça da comunidade, contemplando o dia findar-se, o sol diminuir de intensidade e esconder-se no horizonte que agradável prazer..

Morar no campo. Que tranquilidade!

o gado mugindo no curral, fazendo soar os chocalhos presos ao pescoço, acomodando-se para ruminar e dormir; o guizalhar dos grilos; as estrelas no céu, pontilhando o firmamento com suas luzes cintilantes; o vento frio, soprando forte e ondulando as águas do igarapé .. ah que bom é..

Se dependesse de mim, entre morar na cidade ou no campo, escolheria a segunda opção. Ali, desfrutaria mais a convivência familiar; usufruiria o prazer de contemplar a natureza; estaria distante da violência urbana, da concorrência no emprego e dos conflitos sociais; moraria modestamente, mas com dignidade; não teria a comodidade dos centros urbanos nem a distração das grandes mídias; não assistiria as badaladas festas nem passearia nos shoppings às tardes. Mas, seria imensamente feliz.

 Ah quem queira reconhecimento, ah quem queira grandes empregos e bens materiais , EU só quero a tranquilidade de uma vida simples, rodeada do natural com pouco luxo e perto dos amigos e família a quem dão sentido a vida.  sem jamais esquecer do nosso Senhor Jesus Cristo a quem devemos louvor, adoração e agradecimento.

Ah a vida no campo...




 


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Minha Janela..


Minha Janela é Pequeninha, mas minha visão é gigantesca,
me pego a pensar como é bom voar, como é bom presenciar.
Gosto das coisas simples , do encontro não planejado,das brincadeiras inacabadas;  Da vida como ela é, ainda que cheia dos seus altos e baixos. A Final  parecida com  o  voo do avião é a vida. Decolamos, nos estabilizamos na altitude de cruzeiro, Pousamos
e alçamos voo novamente, um ciclo de chegas , paradas e partidas.


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terça-feira, 8 de junho de 2021

Sinto Saudades ...

                            

Uma das coisas mais fáceis de sentir e uma das coisas mais difíceis de conseguir descrever. Existem músicas, textos, frases, poesias, versos que tratam sobre a saudade, mas não consegui ver nenhum que a descreva em seu sentir real.

Por que?

Porque você sente saudade daquilo que contribui com o seu crescer,

E daquilo que no final te fez mal, mas que por muito tempo te fez bem.

Daquilo que te faz abrir um sorriso do nada,

Mas que também te faz encher os olhos de lágrimas,

Ou que fazem você querer reviver aquele momento;

E ainda, te fazem lembrar de uma coisa ou de um alguém inesquecível.

 

 

Porque, muitas vezes sentimos falta de uma pessoa ou de uma coisa,

Mais, que demais, de momentos que te enchem de paz

E de querer viver mais e mais.

Você ainda pode querer sentir coisas que foram bem vividas,

Pois a energia que nos arrebata pode nos trazer uma nostalgia,

Que nada mais é do que uma grande mistura de saudade com alegria

Como daquele lugar que cresceu, de seus amigos ou do seu colégio,

E ainda, daquelas broncas de seus pais ao fazer uma estripulia,

Ou até mesmo das maluquices que você fez na vida.

Além de que, você pode querer não mais viver algo,

Mas; porém, aquilo que foi tão gostoso, que sempre será bem lembrado.

E sim, você pode sentir falta disso,

Do cafuné, do afago, do cuidado, do carinho, do abraço,

E porque não… do beijo, do agarro, do amasso e do sexo

Do amor pedindo colo…

Porque você não sente só saudade de coisas materiais,

Mas especialmente dos sentimentos não verbais,

E também, daquilo que você não vivenciou ou que nunca mais vivenciará,

Pois os momentos já passaram e não irão voltar;

Já que a vida é como um rio,

As coisas, as pessoas e os momentos nunca serão os mesmos,

E que por esse motivo sentimos tanta saudade,

Contudo, creio que é impossível descrever esse sentimento.

Pois a saudade

É uma dor que só sabe o que é

Quem já teve:  saudade!

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quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Um Amor Epistolar...




Já ouviram falar em relações epistolares? Não tem nada que ver com os apóstolos nem com os evangelhos...............Pois!
Tem que ver com o encontro de almas, com aquelas coisas que escrevemos à porta fechada para alguém ler à porta fechada sedento das nossas palavras... tem que ver com os beijos que mandamos em cada letra, com o amor que fazemos a cada vírgula. tem que ver com sentimentos, afetos.... gestos....
Perdem-se no tempo? Será...
Para uns sim.
Para  outros ficam em gavetas que abrimos de quando em vez para recordar o que foi escrito como se tivesse sido dito... E o que lemos acompanha a voz da pessoa que escreveu, a imagem de quem escreveu, a forma como inclinaria a cabeça enquanto escrevia, o brilho ou  a lágrima no olhar... a ultima leitura antes de fechar o envelope e o sorriso que acompanha o gesto....

Como verso eu lhe escrevo para quando a cortina achar, de mim lembrar;
Enfim eu te reencontrar, passar do teu lado, mas nem um ‘oi’ eu te falar. Meu coração você há de escutar.

Saltando, gritando, querendo pular do peito pra te abraçar.

Ninguém vai saber, nem sequer vão desconfiar. Que dois corações se abraçaram, numa simples troca de olhar.

 

Momentos..


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sexta-feira, 24 de maio de 2019

Flor do Pensamento.




O prazer é a flor que floresce enquanto vivemos, trabalhamos e realizamos. Com ele, construímos a nossa memória todos os dias. Essa memória é o perfume que vai permanecer. As lembranças mais felizes são os momentos que terminaram quando deviam, sem esticá-los no tempo, sem alongá-los demais…
Portanto, não nos lembramos dos dias, nos lembramos de momentos. Não podemos produzir novas situações repetidas vezes. A riqueza da vida está nas memórias que continuamos a formar. Agir constantemente pode ser complicado, especialmente se estivermos presos na nossa zona de conforto. No entanto, é necessário fazê-lo para vivermos intensamente.
Apesar de termos um corpo físico palpável e percebermos o mundo que nos rodeia com todos os nossos sentidos, geralmente vivemos em nossas mentes. No entanto, é necessário tomar uma decisão. Podemos passar a vida lembrando eventos passados e a forma como eles nos fizeram sentir. Ou, pelo contrário, podemos tomar as rédeas das nossas experiências e, é claro, das nossas emoções. Somente se o fizermos, seremos capazes de desfrutar da nossa existência.
A chave para viver mais do que lembrar consiste em pensar, imaginar e esperar menos. Aceitar o que temos e nada mais. Viva o momento, sem se deixar distrair pelas armadilhas da sua mente.
O problema é que estamos sempre nos preparando para viver, mas nunca estamos vivendo. No entanto, a vida deve funcionar justamente ao contrário.
A felicidade não está em outro lugar, está aqui; não em outro momento, mas agora. Não se esqueça disso.


“A nossa vida diária será apenas uma lembrança. Viva!”
 
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Acredite e viva!!! :D :D

Nada como o firmamento para trazer ao pensamento a certeza de que estou solido em toda área que ocupo, e a imensidão aérea é ter o espaço do firmamento no pensamento e acreditar em um dia voar...


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